Controle de infecção: rotina diária na prática da saúde

Controle de infecção: rotina diária na prática da saúde

Controle de infecção é rotina. Todos os dias, em qualquer serviço de saúde, seja em consultório, clínica, hospital, laboratório, serviço de imagem ou estética, o risco de transmissão de microrganismos existe

As Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS) estão entre os principais eventos adversos em serviços de saúde e impactam diretamente morbimortalidade, tempo de internação e custos.  

Este artigo traz um guia prático de rotina diária de controle de infecção, com foco em quem coordena ou executa cuidados em serviços de saúde. 

O que é controle de infecção em serviços de saúde? 

Controle de infecção é o conjunto de ações planejadas para prevenir, reduzir e monitorar infecções associadas à assistência. Isso inclui desde medidas simples (como lavar as mãos antes de tocar o paciente) até protocolos complexos de limpeza terminal, isolamento de pacientes e processamento de materiais. 

No Brasil, o marco regulatório envolve: 

  • publicações da Anvisa da série “Segurança do Paciente e Qualidade em Serviços de Saúde”, como o Caderno 4 (Medidas de Prevenção de IRAS); 
  • manuais de limpeza e desinfecção de superfícies
  • normas de biossegurança e notas técnicas específicas (por exemplo, sobre EPIs e desinfecção em contextos respiratórios). 

Mais do que cumprir norma, o objetivo é claro: garantir cuidado seguro para pacientes, profissionais e acompanhantes

Princípios básicos: o “mínimo que é para sempre” 

Mesmo com realidades e estruturas diferentes, alguns pilares se mantêm para qualquer serviço de saúde. 

Higienização das mãos 

higiene das mãos é apontada pela Anvisa como uma das medidas mais efetivas para prevenção de transmissão de patógenos. 

Ela deve acontecer: 

  • antes e depois do contato com o paciente; 
  • antes de procedimentos limpos/assépticos; 
  • após risco de exposição a fluidos corporais; 
  • após contato com superfícies próximas ao paciente. 

Isso vale tanto para água e sabonete quanto para preparação alcoólica a 70%, seguindo os “5 momentos” preconizados. 

Precauções padrão e EPIs 

As precauções padrão são a base do controle de infecção: assumem que todo paciente pode ser portador de microrganismos e que o profissional deve se proteger em qualquer atendimento. 

Incluem: 

  • uso de luvas quando há risco de contato com sangue, secreções, mucosas ou pele não íntegra; 
  • uso de máscara, óculos/protetor facial e avental quando há risco de respingos; 
  • descarte correto de pérfuro-cortantes; 
  • não reutilização de EPIs de uso único. 

Na prática, isso passa por ter EPIs adequados, acessíveis e padronizados. A Utilidades Clínicas reúne esses itens na categoria de Proteção Profissional & EPI, incluindo luvas, máscaras, aventais, óculos de proteção e protetores faciais. 

Rotina diária de controle de infecção: do abrir ao fechar a unidade 

A seguir, um esquema de rotina que pode ser adaptado para consultórios, clínicas, laboratórios, serviços de imagem, pequenas cirurgias e ambulatórios. 

1. Antes de iniciar o atendimento 

  • Verificar se há insumos de higiene das mãos (sabonete, papel toalha, preparação alcoólica) disponíveis em pontos estratégicos;
  • Conferir estoque e disponibilidade de EPIs básicos: luvas de procedimento, máscaras, aventais, óculos/protetores faciais;
  • Realizar limpeza concorrente inicial de superfícies críticas: macas, bancadas, cadeiras de atendimento, maçanetas, interruptores, apoiadores de braço;
  • Checar condições de funcionamento de equipamentos de esterilização (como autoclaves em serviços que processam instrumentais) e registrar ciclos, quando aplicável. 

2. Entre um paciente e outro 

Aqui mora uma parte importante da rotina diária do controle de infecção: 

  • Higienizar as mãos ao sair de um atendimento e antes do próximo; 
  • Retirar EPIs descartáveis conforme técnica de desparamentação (sem tocar superfícies contaminadas) e descartá-los em recipientes adequados; 
  • Realizar limpeza e desinfecção de superfícies de contato com o paciente (como leito, mesa de exame, apoio de braço, equipamentos que encostaram no paciente), com produtos saneantes regularizados e diluição correta; 
  • Substituir campos e materiais de consumo de uso único (como gazes, luvas, máscaras, descartáveis em geral). 

Na Utilidades Clínicas, a categoria Limpeza e Saneantes reúne desinfetantes, detergentes e outros saneantes indicados para ambientes de saúde, enquanto a categoria Material de Consumo concentra itens como gazes, algodão, embalagens descartáveis e correlatos utilizados no dia a dia. 

3. Durante procedimentos 

Em procedimentos invasivos ou que envolvam risco de respingos (coletas, curativos, pequenas cirurgias, odontologia, estética avançada): 

  • Reforçar higienização das mãos imediatamente antes de montar o campo; 
  • Utilizar EPIs indicados para o risco do procedimento (luvas de procedimento ou estéreis, máscara, gorro, óculos/protetor facial, avental);
  • Utilizar instrumentais adequadamente processados (limpos, desinfetados ou esterilizados, conforme classificação de Spaulding);
  • Minimizar manipulação desnecessária de pérfuro-cortantes e fazer descarte imediato em coletores rígidos apropriados. 

Utilidades Clínicas oferece soluções para esterilização e autoclaves, além de testes e insumos que contribuem para ciclos seguros. 

4. No final do turno ou do dia 

  • Realizar limpeza terminal das áreas de atendimento, com sequências definidas (do mais limpo para o mais sujo, de cima para baixo) e produtos adequados ao nível de risco de cada ambiente; 
  • Reforçar limpeza de pisos, banheiros, superfícies de maior toque, cadeiras de espera e áreas de circulação; 
  • Verificar e registrar descarte adequado de resíduos, conforme legislações específicas de resíduos de serviços de saúde (RDC 222/2018 e normas correlatas);
  • Revisar estoques de EPIs, saneantes e materiais para reposição no dia seguinte. 

Limpeza, desinfecção e esterilização: o que é de cada um? 

Controle de infecção no dia a dia também depende de saber diferenciar o que é: 

  • Limpeza (remoção de sujidade visível e parte da carga microbiana); 
  • Desinfecção (eliminação de microrganismos na forma vegetativa em superfícies e artigos não críticos); 
  • Esterilização (destruição de todas as formas de vida microbiana, inclusive esporos, em artigos críticos). 

De forma simplificada: 

  • Superfícies ambientais (pisos, paredes, bancadas, macas): limpeza e, em muitos casos, desinfecção de nível intermediário ou baixo, conforme risco. 
  • Artigos não críticos (equipamentos que tocam pele íntegra): limpeza e, quando indicado, desinfecção. 
  • Artigos semicríticos e críticos (como instrumentais que entram em contato com mucosa ou tecidos estéreis): desinfecção de alto nível ou esterilização (por exemplo, em autoclaves). 

Padronizar quem faz o quê, com qual produto, em qual diluição e com que frequência reduz bastante a variabilidade e o risco de falhas. 

Como engajar a equipe e manter a rotina viva 

Nenhuma rotina diária de controle de infecção funciona se ficar só no papel. Alguns pontos-chave: 

Protocolos e POPs acessíveis 

  • Protocolos de higiene das mãos, uso de EPIs, limpeza de superfícies, processamento de artigos e manejo de resíduos devem estar escritos, atualizados e acessíveis
  • Quadros visuais e cartazes de precauções padrão ajudam na lembrança diária. 

Treinamentos rápidos e recorrentes 

  • Pequenos treinamentos, reciclagens periódicas e demonstrações práticas (como a técnica correta de higienização das mãos ou paramentação/desparamentação) fazem diferença. 

Checklists e auditorias 

  • Checklists simples (diários ou semanais) ajudam a verificar se pontos críticos estão em dia: disponibilidade de EPIs, álcool 70%, coletor de pérfuro-cortantes, organização do CME/área de esterilização, lavatórios funcionando, etc.;
  • Em serviços maiores, auditorias internas do Núcleo de Segurança do Paciente ou CCIH reforçam a cultura de melhoria contínua

Conclusão: controle de infecção é rotina, não evento 

Controle de infecção eficaz nasce no detalhe repetido todos os dias: 

  • na higienização das mãos feita no tempo certo; 
  • na escolha e uso correto dos EPIs; 
  • na limpeza e desinfecção consistentes das superfícies; 
  • na esterilização confiável dos instrumentais; 
  • no descarte adequado de resíduos; 
  • na atualização de protocolos e no engajamento da equipe. 

As diretrizes brasileiras de segurança do paciente reforçam que a prevenção das IRAS é possível e depende de processos bem desenhados, insumos adequados e cultura de segurança. 

Organizar uma rotina diária de controle de infecção é, portanto, um investimento em segurança clínica, imagem da instituição e sustentabilidade do serviço, seja ele uma pequena sala de atendimento ou uma grande estrutura hospitalar. 

Utilidades Clínicas se posiciona como parceira nessa jornada, oferecendo produtos e equipamentos que ajudam a tirar o controle de infecção do papel e colocá-lo na prática dos profissionais todos os dias. 

Fontes 

  • Fiocruz. Manual de Biossegurança para Serviços de Saúde. Fiocruz 

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