Dezembro Laranja – Câncer de pele: prevenção e cuidados na prática

Dezembro Laranja – Câncer de pele: prevenção e cuidados na prática

O Dezembro Laranja é a campanha nacional de conscientização sobre o câncer de pele. Para profissionais de saúde, clínicas, serviços de estética e pacientes, essa é uma oportunidade estratégica de reforçar orientações, revisar protocolos e cuidar melhor da pele. 

Neste artigo, você vai ver: 

  • O que é o Dezembro Laranja e por que ele é tão relevante no Brasil 
  • Principais dados e tipos de câncer de pele 
  • Fatores de risco e sinais de alerta 
  • Medidas de prevenção na rotina da população e dos serviços de saúde 
  • Como organizar ações e campanhas internas em clínicas, consultórios e serviços de estética 
  • Como o portfólio da Utilidades Clínicas apoia a segurança da pele 

O que é o Dezembro Laranja? 

O Dezembro Laranja é a campanha brasileira dedicada à prevenção e à detecção precoce do câncer de pele.

A campanha foi criada pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) com o objetivo de alertar a população sobre os riscos da exposição solar sem proteção e incentivar a avaliação regular da pele por profissionais habilitados. 

Entre as principais mensagens da campanha estão: 

  • Exposição solar consciente, especialmente em um país tropical como o Brasil; 
  • Uso diário de fotoproteção (roupas, barreiras físicas, protetor solar); 
  • Atenção aos sinais na pele que mudam de cor, formato, tamanho ou aspecto; 
  • Busca precoce por atendimento médico diante de qualquer suspeita. 

Para clínicas, consultórios, hospitais, serviços de estética e empresas de saúde, Dezembro Laranja é uma excelente oportunidade para campanhas educativas, revisões de protocolos e atualização de materiais informativos

Câncer de pele no Brasil: por que o tema é tão urgente? 

O câncer de pele é a neoplasia maligna mais frequente no Brasil. De acordo com o INCA, o tumor maligno de pele não melanoma é o mais incidente no país, respondendo por cerca de 31,3% de todos os casos de câncer. 

A publicação “Estimativa 2023 – Incidência de Câncer no Brasil” aponta que o país deve registrar cerca de 704 mil casos novos de câncer por ano no triênio 2023–2025, desconsiderando pele não melanoma, sendo que o câncer de pele segue ocupando posição de destaque em incidência. 

Estudos recentes mostram: 

  • Aumento importante dos casos de câncer de pele no Brasil nas últimas décadas, com maior concentração nas regiões Sudeste e Sul
  • Maior incidência em pessoas brancas e idosas, mas com risco significativo também em outros fototipos de pele, especialmente em ambientes de alta exposição solar (campo, construção civil, pesca, etc.). 

Em resumo: câncer de pele é muito frequente, altamente relacionado à exposição à radiação ultravioleta (UV) e, ao mesmo tempo, um dos tipos de câncer com maior potencial de prevenção. 

Tipos de câncer de pele e principais sinais de alerta 

O câncer de pele tem duas grandes categorias: 

Câncer de pele não melanoma 

É o tipo mais frequente, correspondente, em geral, aos carcinomas basocelulares e espinocelulares. 

Características importantes: 

  • Costuma surgir em áreas mais expostas ao sol (rosto, orelhas, pescoço, couro cabeludo em pessoas calvas, ombros, braços, dorso das mãos).

    Pode ter aspecto de: 
  • Ferida que não cicatriza; 
  • Lesão elevada, brilhante, avermelhada ou acastanhada; 
  • Placa áspera ou descamativa; 
  • Evolui mais lentamente que o melanoma, mas pode causar destruição local importante, invasão de tecidos profundos e deformidades se não tratado. 

Melanoma 

É menos frequente, mas muito mais agressivo, com maior potencial de metástase e mortalidade. 

Algumas características: 

  • Surge nas células produtoras de melanina (melanócitos);
  • Pode aparecer como mancha ou pinta escura, com assimetria, bordas irregulares, várias cores e crescimento progressivo;
  • Pode ocorrer em qualquer área, inclusive em mucosas, unhas e regiões menos expostas (como planta dos pés em pessoas de pele mais escura). 

Na prática clínica e na orientação ao paciente, regras como o “ABCDE” das pintas (Assimetria, Bordas irregulares, Cores variadas, Diâmetro aumentado, Evolução da lesão) ajudam a identificar sinais de suspeita, que devem sempre ser avaliados por um médico, preferencialmente dermatologista. 

Fatores de risco: quem precisa de ainda mais cuidado? 

Nem toda pessoa com exposição solar terá câncer de pele, mas alguns fatores aumentam bastante o risco. As principais evidências apontam para: 

  • Exposição excessiva e cumulativa à radiação UV (sol ou câmaras de bronzeamento); 
  • Histórico de queimaduras solares, especialmente na infância e adolescência; 
  • Pele clara, olhos claros, cabelos claros ou ruivos; 
  • Presença de muitas pintas ou nevos atípicos; 
  • História pessoal ou familiar de câncer de pele; 
  • Uso de medicamentos imunossupressores ou condições de imunossupressão; 
  • Profissões com exposição solar intensa e prolongada (agricultores, pescadores, trabalhadores da construção, agentes de saúde em campo, etc.). 

Profissionais de saúde também precisam de atenção: mesmo em ambientes internos, há exposição à radiação UV em janelas sem proteção e em deslocamentos diários, além do contato intenso com procedimentos dermatológicos e estéticos. 

Prevenção do câncer de pele na rotina 

A boa notícia é que a maior parte dos casos de câncer de pele está relacionada a fatores modificáveis, principalmente, a exposição solar. Medidas relativamente simples podem reduzir significativamente o risco

Cuidados gerais para a população 

  • Evitar exposição ao sol entre 10h e 16h; 
  • Procurar sombra sempre que possível; 
  • Usar roupas que cubram braços e pernas, chapéus de abas largas e óculos com proteção UV; 
  • Aplicar protetor solar com FPS adequado (em geral, pelo menos FPS 30) em todas as áreas expostas, reaplicando a cada 2 horas ou após suor excessivo/banho; 
  • Evitar o uso de câmaras de bronzeamento artificial, que são proibidas no Brasil exatamente por aumentarem o risco de câncer de pele. 

Cuidados em clínicas, consultórios e serviços de saúde 

Nos serviços de saúde e estética, prevenção passa também por segurança de pele durante procedimentos: 

  • Utilização adequada de EPIs, como aventais e luvas, que protegem não só contra agentes biológicos, mas também contra agentes químicos utilizados em procedimentos; 
  • Organização de protocolos para limpeza, antissepsia e proteção da pele antes e depois de intervenções dermatológicas ou estéticas; 
  • Orientação estruturada ao paciente sobre cuidados pós-procedimento (uso de fotoproteção, evitar sol direto, hidratação da pele). 

Na Utilidades Clínicas, é possível encontrar: 

  • Categoria de Dermatologia, com equipamentos e acessórios para consultório dermatológico, incluindo dermatoscópios e produtos para cuidado da pele;
  • Categoria de Estética, com aparelhos e insumos para tratamentos estéticos que exigem cuidados de barreira e fotoproteção; 
  • Categoria de Proteção Profissional & EPI, com aventais, luvas e outros itens que reduzem risco de contaminações e lesões de pele em profissionais. 

Esses recursos ajudam a estruturar rotinas mais seguras em atendimentos dermatológicos, estéticos, ambulatoriais e hospitalares. 

Detecção precoce: papel de profissionais, clínicas e pacientes 

Mesmo com todas as medidas de prevenção, alguns casos de câncer de pele ainda vão ocorrer. Por isso, diagnóstico precoce é essencial para reduzir complicações e aumentar a chance de cura. 

O que o profissional de saúde pode fazer 

  • Manter atenção à pele do paciente, mesmo quando o motivo da consulta é outro; 
  • Investigar queixas sobre manchas, feridas ou “pintas que mudaram”
  • Registrar lesões suspeitas e encaminhar para Dermatologia quando necessário; 
  • Utilizar ferramentas como dermatoscópio para avaliação mais detalhada em contextos apropriados; 
  • Estabelecer fluxos de referência e contrarreferência com serviços especializados. 

Como engajar pacientes e acompanhantes 

  • Incentivar o autoexame da pele, em frente ao espelho, incluindo couro cabeludo, plantas dos pés, unhas e áreas de difícil visualização; 
  • Reforçar a importância de comparar fotos ao longo do tempo (quando possível); 
  • Explicar, em linguagem simples, que qualquer lesão que cresça, sangre, mude de cor ou não cicatrize deve ser avaliada

Para pacientes com histórico de câncer de pele, imunossupressão ou múltiplos fatores de risco, consultórios e clínicas podem organizar lembretes de retorno com base em agendas eletrônicas e fluxos de CRM, facilitando o acompanhamento regular

Dezembro Laranja na sua instituição: ideias de ações práticas 

Para quem coordena clínicas, consultórios, serviços de diagnóstico, hospitais, unidades básicas de saúde ou espaços de estética, Dezembro Laranja é um momento estratégico para construir campanhas educativas de alto impacto. 

Algumas ideias: 

1. Comunicação visual e informativa 

Produzir cartazes, banners, folders e materiais de sala de espera com mensagens sobre: 

  • Horário seguro de exposição ao sol; 
  • Importância do uso diário de protetor solar; 
  • Sinais de alerta na pele; 
  • Utilizar canais digitais (site, blog, redes sociais, app, e-mail marketing) para disseminar conteúdo sobre prevenção. 

2. Roteiro de orientação durante atendimentos 

Inserir lembretes nos prontuários eletrônicos para que o profissional pergunte sobre: 

  • Queimaduras solares prévias; 
  • Mudanças em pintas ou manchas; 
  • Rotina de fotoproteção; 
  • Padronizar uma fala simples de orientação sobre cuidados com a pele ao final da consulta, especialmente em períodos de maior exposição solar. 

3. Ações com equipe interna 

  • Treinar equipes (recepção, enfermagem, técnicos, esteticistas) para reconhecer sinais de alerta e orientar pacientes; 
  • Promover campanhas internas de uso de EPIs adequados, aventais e barreiras que também protegem a pele do profissional em rotinas de risco; 
  • Estimular o uso de protetor solar pelos próprios colaboradores, especialmente em serviços home care, visitas domiciliares ou atividades em campo. 

Conclusão: pele saudável é parte da saúde integral 

Dezembro Laranja não é apenas um mês de posts em redes sociais. É um convite à mudança de comportamento

  • Para profissionais de saúde, significa ampliar o olhar para a pele em todos os atendimentos, independentemente da queixa principal. 
  • Para gestores de serviços, é oportunidade de organizar campanhas, padronizar roteiros de orientação e revisar o uso de EPIs e fluxos de acompanhamento. 
  • Para pacientes e consumidores finais, é um lembrete de que cuidar da pele é cuidar da saúde como um todo

Câncer de pele é, em grande parte, evitável e, quando detectado cedo, tem altas taxas de cura. Integrar a mensagem do Dezembro Laranja à comunicação da sua instituição e às suas rotinas de atendimento é um passo importante para uma cultura de prevenção mais forte, durante o verão e ao longo de todo o ano. 

Fontes 

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