Empatia na medicina: melhores práticas de atendimento ao paciente

Empatia na medicina: melhores práticas de atendimento ao paciente

Em tempos de avanços tecnológicos e diagnósticos cada vez mais precisos, um aspecto essencial no cuidado em saúde continua insubstituível: a empatia

Ouvir com atenção, acolher com respeito e entender as necessidades do outro são práticas que transformam o atendimento e fortalecem o vínculo entre profissional e paciente

A empatia na medicina é mais do que uma atitude gentil. Ela impacta diretamente nos resultados clínicos, na adesão ao tratamento e na satisfação do paciente com o cuidado recebido. Veja mais neste artigo. 

O que é empatia na medicina? 

Empatia, no contexto médico, é a capacidade de compreender emocionalmente o que o paciente está sentindo, respeitando suas percepções e oferecendo suporte com sensibilidade. 

É escutar com atenção, responder com humanidade e tratar cada pessoa como única. 

De acordo com a Organização Mundial da saúde (OMS), um sistema de saúde eficaz não se baseia apenas em recursos técnicos, mas também em relações interpessoais de qualidade, onde o paciente se sente valorizado, seguro e compreendido

Por que a empatia é uma prática essencial no atendimento? 

Estudos indicam que a empatia médica pode: 

  • Melhorar a adesão ao tratamento
  • Reduzir a ansiedade e o estresse do paciente; 
  • Aumentar a eficácia diagnóstica, por meio de um relato mais completo dos sintomas; 
  • Diminuir riscos de conflitos e judicializações
  • Ampliar a satisfação do paciente com o serviço de saúde. 

Segundo a Associação Médica Brasileira (AMB), médicos e profissionais de saúde que praticam a escuta ativa e demonstram empatia tendem a construir relações de maior confiança. 

Melhores práticas de atendimento centrado no paciente 

A empatia faz parte de um conjunto de boas práticas que promovem um atendimento centrado no paciente

Isso significa colocar a pessoa no centro do cuidado, respeitando sua história, contexto e preferências. 

1. Escuta ativa e acolhedora 

  • Evite interromper o paciente;  
  • Mantenha contato visual; 
  • Escute com atenção; 
  • Demonstre interesse genuíno. 

Essa escuta qualificada contribui para um diagnóstico mais preciso e para a construção de confiança. 

2. Comunicação clara e respeitosa 

  • Evite jargões técnicos;  
  • Explique as informações de forma simples e objetivo. 
  • Verifique se o paciente compreendeu o que foi dito. 
  • Esteja aberto a perguntas. 

3. Olhar integral para o paciente 

Leve em conta não apenas os sintomas físicos, mas também os aspectos emocionais, sociais e culturais envolvidos. A escuta humanizada fortalece o vínculo e melhora a abordagem terapêutica. 

4. Envolvimento da família 

Quando apropriado, envolva familiares no processo de cuidado. Isso favorece a continuidade do tratamento e o apoio fora do ambiente clínico

5. Respeito à autonomia do paciente 

Dê ao paciente o direito de participar das decisões sobre seu tratamento. Ouvir suas preferências é parte fundamental da prática empática e da ética profissional. 

Foto de uma médica prestando atendimento humanizado para sua paciente no hospital

A empatia também cuida de quem cuida 

O atendimento empático beneficia não apenas o paciente, mas também o profissional de saúde. 

Segundo o Ministério da Saúde, práticas empáticas reduzem o risco de burnout e aumentam a satisfação com o trabalho. 

A empatia resgata o propósito e fortalece o sentido do cuidar. 

Empatia e humanização: diretrizes do SUS 

O Sistema Único de Saúde (SUS) tem como diretriz a humanização no atendimento

Desde 2003, a Política Nacional de Humanização (PNH) propõe um cuidado que integra ciência e sensibilidade. 

Acolhimento, escuta e respeito são princípios fundamentais dessa política. 

Como desenvolver a empatia na prática? 

A empatia é uma habilidade que pode ser desenvolvida no cotidiano profissional. 

Veja algumas estratégias: 

  • Educação continuada: participe de cursos e rodas de conversa sobre escuta ativa. 
  • Reflexão sobre a prática: avalie atitudes após atendimentos difíceis. 
  • Autoconhecimento: reconhecer suas emoções ajuda no equilíbrio do cuidado. 
  • Trabalho em equipe: a troca entre colegas amplia o olhar sobre o paciente. 

Tecnologias e empatia: elas podem andar juntas? 

Sim! A tecnologia pode ser aliada da empatia quando utilizada com intencionalidade. 

Agendas digitais, telemedicina e prontuários eletrônicos ajudam a otimizar o tempo para o que mais importa: o cuidado humano

A tecnologia deve facilitar, não substituir o contato real entre profissional e paciente. 

Conclusão: empatia transforma o cuidado 

Em um cenário em que a medicina avança em técnica e inovação, a empatia continua como fundamento essencial do cuidado em saúde

Praticar a empatia é reconhecer a humanidade no outro e no próprio ato de cuidar. 

É transformar atendimentos em encontros, diagnósticos em escuta e prescrições em diálogo. 

Fontes consultadas: 

Organização Mundial da Saúde. Framework on integrated people-centred health services. Disponível em: 
https://www.who.int/publications/i/item/9789241564977. Acesso em: 30.abr.2025

Ministério da Saúde. Política Nacional de Humanização (PNH). Disponível em: 
https://bvsms.saude.gov.br/politica-nacional-de-humanizacao/. Acesso em: 30.abr.2025

Ministério da Saúde. Atenção centrada na pessoa: o valor da escuta e da empatia no cuidado. Disponível em: 
https://aps.saude.gov.br/noticia/16480. Acesso em: 30.abr.2025

Associação Médica Brasileira. A importância da comunicação na relação médico-paciente. Disponível em: 
https://amb.org.br/noticias/a-importancia-da-comunicacao-na-relacao-medico-paciente/. Acesso em: 30.abr.2025

Revista Brasileira de Educação Médica (RBEM). Empatia na prática médica: fatores que favorecem e dificultam sua aplicação. Disponível em: 
https://www.scielo.br/j/rbem/a/H9LnTzChWsVpBn6fqxwDqHh. Acesso em: 30.abr.2025

*O conteúdo é de responsabilidade dos respectivos autores, portanto, profissionais de saúde devem ser sempre consultados. 

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