Alterações respiratórias estão no centro de vários cenários atuais da saúde: doenças pulmonares crônicas, pós-operatórios, reabilitação pós-Covid, pacientes neurológicos, idosos frágeis, entre outros.
Nesse contexto, a fisioterapia respiratória tem papel essencial para prevenir complicações, facilitar a limpeza de vias aéreas, melhorar a ventilação e apoiar a autonomia do paciente.
Fisioterapia respiratória: o que é e para que serve?
A fisioterapia respiratória é uma área da fisioterapia voltada à prevenção e ao tratamento de doenças do sistema respiratório. Ela está entre as especialidades reconhecidas pelo Ministério da Saúde e pelo sistema profissional, com atuação em ambulatórios, hospitais, UTIs, domicílios e serviços de reabilitação.
Entre os principais objetivos estão:
- Melhorar a ventilação pulmonar
- Facilitar a remoção de secreções (higiene brônquica)
- Reduzir o esforço respiratório e a sensação de falta de ar
- Apoiar o desmame da ventilação mecânica em pacientes críticos
- Prevenir complicações pulmonares em pós-operatórios e pacientes acamados.
Para isso, o fisioterapeuta respiratório combina:
- técnicas manuais (posicionamento, manobras torácicas, drenagem postural);
- exercícios respiratórios orientados;
- dispositivos específicos, como incentivadores, aparelhos de pressão positiva e treinadores musculares
09/12 – Dia do Fonoaudiólogo: por que falar de respiração?
O Dia do Fonoaudiólogo, celebrado em 09 de dezembro, está ligado à regulamentação da profissão no Brasil pela Lei nº 6.965/1981 e foi posteriormente oficializado como data comemorativa por resolução do Conselho Federal de Fonoaudiologia.
O fonoaudiólogo atua em diferentes áreas, como:
- disfagia (dificuldade para engolir);
- fonoaudiologia hospitalar e em UTI.
Em muitos desses cenários, a respiração é peça central. Na UTI, por exemplo, o fonoaudiólogo participa da avaliação de deglutição e da reabilitação da alimentação após períodos de intubação ou ventilação mecânica, lidando com incoordenação entre respiração e deglutição, risco de broncoaspiração e impactos na voz.
Por isso, faz cada vez mais sentido falar em cuidado compartilhado entre fisioterapeutas respiratórios e fonoaudiólogos, especialmente em:
- reabilitação de pacientes pós-Covid-19
- disfagia em UTI e enfermaria
- reabilitação de voz após intubação prolongada
- doenças neuromusculares que afetam respiração e deglutição
Quando os dispositivos de fisioterapia respiratória entram em cena?
Existem hoje diversos dispositivos que auxiliam a fisioterapia respiratória, tanto em ambiente hospitalar quanto em domicílio. Eles podem:
- facilitar o clearance de secreções;
- treinar musculatura respiratória;
- incentivar respirações profundas e lentas;
- melhorar a coordenação e a eficiência da ventilação.
É importante reforçar:
Dispositivos respiratórios não são brinquedos nem “acessórios de ginástica pulmonar” genéricos. Eles devem ser indicados, ajustados e acompanhados por profissional habilitado (médico e/ou fisioterapeuta), respeitando diagnósticos, limites e contraindicações.
Em fonoaudiologia, esses aparelhos também podem ser incorporados ao plano terapêutico, por exemplo em protocolos de fortalecimento expiratório para disfagia, sempre dentro de resoluções e diretrizes da categoria.
Dispositivos úteis na fisioterapia respiratória
1. Exercitadores e incentivadores respiratórios (fluxo/volume)
Os incentivadores respiratórios são dispositivos que estimulam o paciente a realizar inspirações profundas e lentas, muitas vezes com feedback visual por esferas ou colunas que se movem conforme o fluxo de ar.
Eles são bastante utilizados em:
- pós-operatório de cirurgias torácicas e abdominais
- prevenção de atelectasias em pacientes acamados
- reabilitação de doenças respiratórias crônicas, como DPOC e asma, como complemento ao tratamento médico
Na Utilidades Clínicas, há opções como exercitadores do tipo Respiron, desenhados para incentivar a respiração profunda, melhorar o desempenho pulmonar e exercitar musculatura respiratória em diferentes faixas etárias.
2. Dispositivos de pressão expiratória positiva (PEP/EPAP)
Os dispositivos de pressão expiratória positiva (PEP/EPAP) fazem o paciente expirar contra uma resistência, gerando uma pressão positiva nas vias aéreas na fase expiratória.
Benefícios descritos em diretrizes e relatórios técnicos incluem:
- auxílio na remoção de secreções;
- melhora da ventilação colateral;
- redução de exacerbações em determinadas doenças (como fibrose cística), quando bem indicados.
Relatórios da Conitec destacam que PEP/EPAP podem ser abordagens promissoras em fibrose cística, com impacto em função pulmonar e redução de exacerbações, embora a indicação precise ser individualizada.
3. Dispositivos de pressão expiratória positiva oscilatória
Dispositivos como shaker e flutter combinam pressão expiratória positiva com vibrações de alta frequência geradas por uma esfera interna. Essa oscilação é transmitida às vias aéreas, ajudando a mobilizar secreções.
Revisões apontam que esses dispositivos:
- facilitam a higiene brônquica em doenças com hipersecreção;
- podem aumentar o volume de secreções expectoradas;
- são bem aceitos por muitos pacientes, inclusive em uso domiciliar orientado.
No portfólio da Utilidades Clínicas, há opções como o Shaker Classic e outros exercitadores de higiene brônquica, desenvolvidos para uso profissional e doméstico supervisionado.
4. Treinadores de musculatura inspiratória (TMI)
Os treinadores de musculatura inspiratória (TMI) são dispositivos que oferecem resistência ajustável à inspiração, exigindo maior esforço dos músculos inspiratórios.
Estudos e revisões sistemáticas mostram que o TMI pode:
- aumentar a força da musculatura inspiratória
- reduzir dispneia (falta de ar)
- melhorar tolerância ao esforço e capacidade funcional
- apoiar o desmame de ventilação mecânica em pacientes selecionados
Assim como nos demais casos, o TMI deve ser prescrito com critérios claros (por exemplo, fraqueza muscular respiratória documentada) e com monitoramento contínuo de resposta e possíveis efeitos adversos.
A fonoaudiologia, especialmente em hospitais e UTIs, está profundamente conectada à função respiratória:
- Na disfagia, alterações na coordenação entre respiração e deglutição podem levar a engasgos e broncoaspiração, aumentando risco de pneumonia.
- Após períodos de ventilação mecânica, o paciente pode apresentar fragilidade de musculatura orofaríngea, alterações de voz, incoordenação respiração–fala e fadiga durante a alimentação.
Pareceres técnicos da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia descrevem o uso de exercitadores respiratórios em protocolos para pacientes com disfagia, visando:
- aumento da força expiratória e do fluxo de tosse;
- maior atividade de musculatura suprahióidea e submentoniana;
- melhora do deslocamento do hioide e da eficiência da deglutição.
Na prática, isso significa que:
- O fisioterapeuta respiratório foca em ventilação global, higiene brônquica, troca gasosa, força muscular respiratória;
- O fonoaudiólogo foca em segurança da via aérea durante a deglutição, voz, coordenação respiração–fala, adequação da consistência alimentar.
Quando ambos utilizam dispositivos respiratórios dentro de protocolos integrados, os ganhos podem se somar: melhor ventilação, tosse mais eficaz, menor risco de aspiração e maior independência funcional.
Cuidados de segurança no uso de dispositivos respiratórios
Para clínicas, serviços públicos, consultórios e uso domiciliar, alguns cuidados são essenciais:
- Avaliação prévia: checar diagnóstico, função pulmonar, força muscular respiratória, contraindicações (por exemplo, hemoptise, pneumotórax não drenado, instabilidade hemodinâmica) com médico e fisioterapeuta.
- Orientação detalhada: ensinar o paciente (e a família) a posição correta, ritmo respiratório, frequência e duração dos exercícios.
- Higienização e uso individual: muitos dispositivos são de uso individual; devem ser higienizados conforme orientação do fabricante para evitar contaminações.
- Monitoramento: registrar sintomas (tontura, dor torácica, fadiga intensa, queda de saturação) e ajustar o plano se necessário.
- Integração multiprofissional: quando há disfagia, ventilação mecânica, doenças neuromusculares ou quadros complexos, a conduta ideal envolve equipe com fisioterapeuta, fonoaudiólogo, médico, enfermagem e nutricionista.
Como a Utilidades Clínicas apoia a terapia respiratória
Para que a fisioterapia respiratória e a fonoaudiologia aconteçam com segurança e eficiência, é fundamental contar com equipamentos confiáveis e insumos adequados.
Na Utilidades Clínicas, você encontra:
- Portfólio de Fisioterapia e Reabilitação, com materiais específicos para diferentes áreas da fisioterapia, incluindo recursos voltados à função respiratória.
Dentro dessas categorias, destacam-se:
- Exercitadores respiratórios (tipo Respiron): para incentivo de respiração profunda e treino da musculatura respiratória, utilizados em reabilitação e prevenção de complicações.
- Dispositivos de oscilação oral de alta frequência (Shaker, etc.): aliados na higiene brônquica, principalmente em pacientes com secreção crônica, sempre com orientação profissional.
Esses recursos podem ser incorporados a protocolos multiprofissionais em clínicas, ambulatórios, unidades públicas de saúde, hospitais e atendimento domiciliar, sempre respeitando as particularidades de cada paciente.
Conclusão: respiração, voz e deglutição caminham juntas
Falar de fisioterapia respiratória é falar de prevenção de complicações pulmonares, melhora da ventilação e qualidade de vida. Falar do Dia do Fonoaudiólogo (09/12) é reconhecer quem cuida da comunicação, da voz, da audição e da deglutição, funções que dependem diretamente de uma respiração eficiente e segura.
Na prática, fisioterapeutas e fonoaudiólogos:
- compartilham pacientes complexos (UTI, disfagia, pós-intubação, doenças neuromusculares);
- utilizam, em muitos casos, dispositivos respiratórios complementares;
- contribuem juntos para reduzir internações, complicações e dependência funcional.
Ao investir em avaliação qualificada, protocolos integrados e dispositivos adequados, serviços de saúde, clínicas e profissionais autônomos conseguem oferecer cuidado mais completo, do leito de UTI ao domicílio, da ventilação à voz, da tosse eficaz à alimentação segura.
A Utilidades Clínicas se posiciona como parceira dessa jornada, oferecendo soluções em terapia respiratória, fisioterapia e reabilitação para apoiar equipes multiprofissionais e pacientes em todas as fases do cuidado.
Fontes
- Johnston C. et al. I Recomendação brasileira de fisioterapia respiratória em UTI pediátrica e neonatal. Rev Bras Ter Intensiva. 2012. SciELO
- Maciel JMS et al. Três evidências da fisioterapia respiratória no tratamento de doenças pulmonares. Scientia Plena, 2021. Revistas UNEB
- Schivinski CIS et al. Dispositivos de pressão positiva oscilatória em pacientes com doenças respiratórias crônicas. ASSOBRAFIR Ciência, 2021. RMMG+1
- Silva DLR et al. Atuação da fonoaudiologia em unidade de terapia intensiva. Rev CEFAC, 2016. SciELO
- CREfono e Conselhos Regionais de Fonoaudiologia – Notícias sobre atuação em disfagia e reabilitação pós-Covid-19.Crefono 4+1
- Utilidades Clínicas. Categorias Fisioterapia, Terapia Respiratória e Tratamento Respiratório. Disponível em: