Setembro Amarelo: prevenção do suicídio 

Setembro Amarelo: prevenção do suicídio 

O suicídio é um importante desafio de saúde pública. No mundo, mais de 720 mil pessoas morrem por suicídio todos os anos; é uma das principais causas de morte entre jovens de 15 a 29 anos. A prevenção exige ações coordenadas entre famílias, escolas, serviços, empresas e governos, e começa por reconhecer sinais, acolher sem julgamento e encaminhar para ajuda.  

Precisa conversar agora? CVV – 188 (ligação gratuita, 24h), chat e e-mail. Atendimento sigiloso e voluntário em todo o Brasil. Divulgue esse recurso.  

Sinais de alerta que pedem atenção 

O Ministério da Saúde orienta observar: falas de desesperança ou de morte, mudança brusca de comportamento, isolamento, automutilação, aumento de uso de álcool/drogas, despedidas, acesso a meios letais. Esses sinais não devem ser avaliados isoladamente, mas merecem acolhimento e busca de ajuda.  

Como agir na hora: 

  1. Pergunte diretamente e com calma sobre pensamentos de se machucar/morrer. 
  1. Ouça e valide o sofrimento, sem minimizar. 
  1. Não deixe a pessoa sozinha em situação de risco. 
  1. Ajude a buscar ajuda (CVV 188; CAPS/UPA/hospital; SAMU 192). 
  1. Remova acesso a meios letais quando possível e seguro (medida recomendada por guias internacionais de prevenção).  
Mulher com depressão sendo apoiada profissionalmente por um psicológoco

O que cada setor pode fazer 

Famílias e comunidade 

  • Abrir conversa com escuta ativa; evitar julgamento ou promessas vazias. 
  • Mapear a rede local: CAPS, pronto atendimento, linhas de cuidado em saúde mental do município, e CVV 188
  • Acordar um plano de segurança com a pessoa (sinais de alerta, contatos, locais de cuidado). 

Escolas e universidades 

  • Protocolos de identificação e encaminhamento (acolhimento inicial, contato com família/responsáveis, fluxos com a rede de saúde). 
  • Promoção de habilidades socioemocionais e combate ao bullying. 
  • Comunicação responsável (sem detalhes de método; sempre incluir canais de ajuda). Diretrizes internacionais priorizam jovens como grupo-chave. 

Locais de trabalho e empresas 

  • Ambiente protetivo: políticas contra assédio, gestão de carga, pausas e apoio psicossocial. 
  • Capacitação de lideranças para reconhecer sinais e orientar busca de ajuda. 
  • Campanhas internas no Setembro Amarelo com informações de canais de apoio. (A Fundacentro destaca a relevância do tema no mundo do trabalho.)  

Serviços públicos e gestores 

  • Acordos de fluxo entre atenção primária, CAPS, urgência e hospital. 
  • Monitoramento de tentativas e contato ativo após alta. 
  • Ações populacionais com maior impacto: limitar acesso a meios letais, capacitar mídia para cobertura responsável, promover habilidades em jovens e criar rotas rápidas de cuidado. (Eixos do guia OMS/OPAS “Viver a Vida”).  

Mídia e redes sociais 

  • Evitar sensacionalismo e detalhes de método; não romantizar. 
  • Incluir sempre informações de ajuda (CVV 188) e mensagens de esperança/recuperação. (Recomendação alinhada à campanha global “Changing the Narrative”).  
Pessoas reunidas, se apoiando, na campanha do Setembro Amarelo

Ferramentas rápidas para implementar neste mês 

  • Cartaz A4 com sinais de alerta e CVV 188, na recepção, murais de escola e RH.  
  • Roteiro de 1 página para acolhimento inicial (perguntar, ouvir, avaliar risco, plano de segurança, encaminhar).  
  • Lista local de serviços (CAPS, UPA/Hospital, UBS, CRAS/CREAS) e contatos de emergência (192/SAMU, 190/Polícia). 
  • Postagens com linguagem responsável e links oficiais (OMS/OPAS, MS, CVV).  

Perguntas frequentes 

Perguntar sobre suicídio “põe ideia na cabeça”? 

Não. Perguntar com cuidado pode reduzir o risco ao abrir espaço para ajuda. (Consenso em materiais oficiais de prevenção). 

Quando acionar emergência? 

Risco imediato, plano/método disponível, intoxicação/autoagressão em curso: SAMU 192 ou urgência da sua região, e não deixar a pessoa sozinha até o atendimento. 

CVV é só telefone? 

Não. Há telefone 188 (24h), chat, e-mail e atendimentos presenciais em algumas cidades.  

Conclusão 

Setembro Amarelo é um chamado à ação contínua: conversar com responsabilidade, identificar sinais, retirar barreiras para buscar ajuda e aproximar serviços. Quando famílias, escolas, empresas, mídia e gestores atuam juntos, com base em evidências e diretrizes oficiais, vidas são protegidas

Fontes consultadas:

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