EPIs nas rotinas da saúde: como escolher, usar e padronizar  

EPIs nas rotinas da saúde: como escolher, usar e padronizar  

EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) são a última barreira na hierarquia de controle de riscos. Em serviços de saúde, complementam controles eliminatórios, de engenharia e administrativos, protegendo profissionais, pacientes e visitantes.  

Neste artigo veremos normas em rotinas aplicáveis: como escolher o EPI certo, padronizar kits por procedimento, paramentar e desparamentar com segurança e descartar corretamente. 

O que a legislação exige   

NR-32: Serviços de Saúde

Estabelece diretrizes de proteção (biológica, química, radiação, perfurocortantes, etc.), programas de capacitação, disponibilização e uso de EPI compatível ao risco e procedimentos escritos (POP) de paramentação/desparamentação. Última modificação: Portaria MTP nº 4.219/2022. 

NR-06: EPI (para todas as áreas)

Dispõe sobre aprovação, comercialização, fornecimento e uso; aplica-se a compradores, usuários, fabricantes e importadores de EPI. O EPI deve ter CA válido e ser adequado ao risco; cabe ao empregador fornecer gratuitamente, treinar e substituir quando danificado/fora do prazo.

RDC ANVISA nº 222/2018: Resíduos de Serviços de Saúde (RSS)

Define boas práticas de gerenciamento de resíduos: segregação, acondicionamento, identificação, transporte interno/externo, armazenamento e destinação final; exige PGRSS e coletores rígidos para perfurocortantes. 

Tipos de EPI mais usados na saúde   

Luvas: proteção das mãos

  • Procedimento (não estéreis): contato com sangue/fluídos, limpeza de materiais, exames não estéreis. 
  • Estéreis (cirúrgicas): procedimentos invasivos e campo estéril. 
  • Nitrílica x látex: nitrílica é hipoalergênica e mais resistente a químicos; látex tem tato fino, mas risco de alergia. (Treinamento e POP devem cobrir troca entre pacientes e higiene das mãos antes/depois.)  
Luva Látex com Pó – Descarpack

Luva Látex com Pó – Descarpack

Ver na loja
Luva Látex com Pó – SSPlus

Luva Látex com Pó – SSPlus

Ver na loja
Luva Látex Supermax 3402

Luva Látex Supermax 3402

Ver na loja

Máscaras: proteção respiratória

  • Cirúrgica: barreira fonte; procedimentos sem aerossóis. 
  • PFF2/N95: aerossóis (ex.: coleta de escarro, broncoscopia, procedimentos de alta rotação na odontologia), salas com isolamento respiratório. Exigir ajuste facial e checagem de vedação.  
Máscara Tripla com Clipe Nasal – SP Protection

Máscara Tripla com Clipe Nasal – SP Protection

Ver na loja
Máscara Tripla com Filtro Preto – Medix

Máscara Tripla com Filtro Preto – Medix

Ver na loja
Máscara Hospitalar 3 Painéis Aura – Solventum

Máscara Hospitalar 3 Painéis Aura – Solventum

Ver na loja

Proteção ocular e facial 

Óculos de proteção (laterais fechadas) ou protetor facial/face shield para respingos e jatos. Usar em conjunto com máscara adequada.  

Óculos de Proteção Incolor – Preven

Óculos de Proteção Incolor – Preven

Ver na loja
Óculos de Segurança Vision 2000 – Solventum (3M)

Óculos de Segurança Vision 2000 – Solventum (3M)

Ver na loja
Protetor Facial Pro Face com Lupa – Bio-Art

Protetor Facial Pro Face com Lupa – Bio-Art

Ver na loja

Aventais, capotes e macacões: proteção de tronco e membros

  • Avental impermeável/repelente para risco de respingos. 
  • Capote estéril em cirurgias. 
  • Avental de manga longa em procedimentos com fluidos ou limpeza pesada.  
Avental TNT Manga Longa 20gr Branco 10unid – SP Protection

Avental TNT Manga Longa 20gr Branco 10unid – SP Protection

Ver na loja
Avental Cirúrgico Standard Estéril SMS – Protetor

Avental Cirúrgico Standard Estéril SMS – Protetor

Ver na loja
Avental Impermeável Azul Royal – Casa Menta

Avental Impermeável Azul Royal – Casa Menta

Ver na loja

Pés e cabeça 

Propés quando houver risco de sujidade biológica; toucas em áreas limpas/centrais de material/centros cirúrgicos, conforme POP local.  

Pro Pés 20gr – Anadona

Pro Pés 20gr – Anadona

Ver na loja
Propé Descartável – ProtDesc

Propé Descartável – ProtDesc

Ver na loja
Touca Sanfonada – Descarpack

Touca Sanfonada – Descarpack

Ver na loja

Proteção específica 

Luvas de alta resistência (limpeza/ CME), avental plumbífero (radiologia), protetores auditivos (ambientes ruidosos). Adoção guiada por análise de risco setorial.  

Luva de Limpeza Amarela – Medix

Luva de Limpeza Amarela – Medix

Ver na loja
Avental de Borracha Plumbífera com Protetor de Tireoide

Avental de Borracha Plumbífera com Protetor de Tireoide – 100x60cm

Ver na loja

Paramentação e desparamentação   

A ordem correta reduz contaminações. Materiais do CDC/NIOSH trazem sequências ilustradas; adapte ao tipo de precaução (padrão, contato, gotículas, aerossóis) e aos EPIs disponíveis.  

Sequência geral (exemplo adaptado): 

  1. Vestir (donning): higienize mãos → avental/capotemáscara (cirúrgica ou PFF2 com vedação) → óculos/face shieldluvas cobrindo punhos. 
  1. Retirar (doffing): luvasóculos/face shieldavental (virando o lado contaminado para dentro) → máscara → higiene das mãos. 
  1. Pontos críticos: nunca tocar superfícies externas dos EPIs ao retirar; descartar imediatamente em lixeira apropriada; realizar higiene das mãos a cada etapa.  

Como montar “kits de EPI” por procedimento   

1. Triagem e atendimento ambulatorial 

  • Máscara cirúrgica, luvas de procedimento (quando houver contato com fluidos), óculos conforme avaliação de risco. 
  • Check de estoque: caixas de luvas por tamanho, dispensadores de álcool, sacos infectantes. 
  • Reposição: mínimo-máximo por turno. 

2. Coleta de material biológico e curativos 

  • Avental impermeável, luvas, óculos/face shield e, se houver risco de aerossolização, PFF2
  • Adjacências: kits de curativo, caixa para perfurocortantes na bancada. 

3. Pequenos procedimentos / sutura 

Capote (conforme POP), luvas estéreis, óculos/face shield, máscara; campos estéreis e descarte imediato de perfurocortantes. 

4. Limpeza/ CME / sala de expurgo 

Luvas de borracha de alta resistência, avental impermeável, óculos/face shield, máscara conforme produto químico/respingo.  

Dica de operação: use curva ABC e estoques mínimo-máximo por sala; crie kits selados para trocas rápidas entre atendimentos. 

Boas práticas que evitam incidentes  

  • CA válido: só compre EPI com Certificado de Aprovação vigente; registre lote/CA/validade.  
  • Treinamento contínuo: reciclagem de donning/doffing e descarte; simulações em equipe.  
  • Compatibilidade entre peças: óculos que não comprometam a vedação da PFF2; luvas que cubram o punho do avental. 
  • Higiene das mãos sempre: antes/depois de luvas; entre pacientes.  
  • Coletores à mão: caixa rígida para perfurocortantes ao alcance do ponto de uso.  
  • PGRSS atualizado: fluxos de segregação (A/B/C/D/E), rotas e armazenamentos revisados.  
Foto de um homem no hospital com epis para cirurgia

Descarte e pós-uso: o que não pode falhar 

  • Perfurocortantes: descartar imediatamente após o uso em coletor rígido (classe E). Nunca reencapar. Trocar na linha de enchimento.  
  • Resíduos infectantes (A): acondicionar e identificar conforme PGRSS; transporte interno frequente e rotas definidas; armazenamento temporário sinalizado.   
  • Resíduos comuns (D): não misturar com infectantes; reduz custos e riscos. 
  • Treinamento e auditoria: use a RDC 222/2018 comentada e o Perguntas & Respostas (2024) para equalizar dúvidas com as equipes.  

Perguntas frequentes

1) EPI substitui outras medidas? 

Não. EPI é último nível da hierarquia de controle; deve vir após medidas de eliminação/substituição, controles de engenharia (ex.: exaustão), e administrativos (POP, escala, cohort).  

2) PFF2 e N95 são equivalentes? 

Ambas são peças filtrantes de alta eficiência; a escolha deve considerar certificações e CA no Brasil, além de fit adequado ao rosto do usuário. 

3) Luva de procedimento é obrigatória em todo contato? 

Não. O uso é indicado em risco de contato com sangue/fluídos e materiais contaminados; higienize as mãos antes/depois, mesmo com luvas.  

4) Como garantir que todos usem corretamente? 

Padronize kits por sala, cartazes de sequência, treinos curtos e frequentes e auditorias com feedback. 

5) Qual é a regra do descarte? 

Siga o PGRSS: segregue na origem, identifique, use coletores corretos e respeite rotas e tempos. Perfurocortantes vão sempre em coletor rígido classe E.  

Conclusão 

EPIs bem selecionados e usados com técnica reduzem incidentes, interrupções e custos. O segredo está em normas claras (NR-32/NR-06), kits por procedimento, sequência correta de paramentação e PGRSS vivo. Com equipes treinadas e reposição contínua, a rotina fica mais segura e eficiente, para quem cuida e para quem é cuidado. 

Fontes consultadas

Leia também: