Estetoscópios: anatomia e manutenção essenciais 

Estetoscópios: anatomia e manutenção essenciais 

O estetoscópio segue insubstituível em triagens e exames clínicos diários. Preservar funcionalidade acústica e biossegurança depende de conhecer a anatomia do equipamento e adotar limpeza/desinfecção adequadas entre atendimentos.  

Em serviços de saúde, estetoscópios são produtos não críticos (contato com pele íntegra) e, portanto, requerem limpeza e desinfecção de baixo nível com regularidade, preferencialmente após cada uso, segundo recomendações internacionais e nacionais.  

Anatomia do esteto  

  • Olivas (ear tips): promovem vedação e conforto no canal auditivo; interferem diretamente na qualidade do som. 
  • Arco/metais (binaurais) e mola: conduzem vibrações e ajustam a pressão nas orelhas (abra/suavize para regular a tensão). 
  • Tubo(s): conduzem as ondas sonoras; podem ser lúmen único ou duplo. Evite dobras e compressões que gerem vazamentos. 
  • Cabeça (chestpiece)
  • Diafragma (membrana): melhor para frequências mais altas (murmúrios vesiculares, sopros de alta frequência). 
  • Campânula (bell): enfatiza baixas frequências (S3, S4, sopros graves). 
  • Em modelos com diafragma “tunable”, a pressão aplicada alterna o espectro auscultado (leve = baixas; firme = altas), segundo o fabricante.  

Dica de uso: posicione as olivas apontadas para frente (na direção do nariz) para acompanhar a anatomia do canal auditivo e melhorar a vedação. 

Imagem que mostra um estetoscópio e todas as partes que o compõe do pinterest da Utilidades Clínicas

Reprodução: Pinterest Utilidades Clínicas

Limpeza e desinfecção: o que fazer entre pacientes 

Regra de ouro: limpe/desinfete as superfícies externas após cada atendimento (ou, no mínimo, de forma rotineira), especialmente diafragma/campânula, olivas e tubos. Para dispositivos não críticos, recomenda-se desinfecção de baixo nível com produtos à base de álcool 70%, entre outras opções indicadas para equipamentos não críticos.  

Procedimento prático

  1. Remova sujeira visível (se houver). 
  1. Passe um lenço com álcool isopropílico 70% (ou solução aprovada pelo fabricante) em todas as superfícies. 
  1. Deixe secar ao ar antes do próximo uso. 
  1. Higienize as mãos. 

Fabricantes de referência (ex.: 3M Littmann) especificam: limpar com álcool 70% ou água e sabão, não imergir, não autoclavar, evitar calor extremo, solventes e óleos (que ressecam tubos).

Alguns modelos desaconselham usar álcool gel para mãos como agente de limpeza devido a aditivos que podem danificar componentes, prefira lenços/solução a 70%

Por que insistir nisso? Revisões e levantamentos mostram altas taxas de contaminação em estetoscópios e que álcool 70% reduz a carga microbiana de forma efetiva. Em pacientes com precauções de contato, use estetoscópio dedicado ao leito quando disponível.  

Manutenção preventiva   

  • Inspeção semanal (1–2 min): verifique rachaduras no tubo, folgas no anel do diafragma, ajuste das olivas e roscas da campânula. Substitua peças gastas (olivas, diafragma, anel).  
  • Higiene das olivas: retire, lave com água e sabão, seque e desinfete (70%); recoloque firmemente.  
  • Armazenamento: guarde sem dobras agudas, longe de calor, solventes/óleos e luz solar direta; evitar contato prolongado com a pele (suor/óleos podem degradar o tubo).  
  • Não imergir / não autoclavar / não esterilizar quimicamente: são processos que danificam o esteto. Limpeza é superficial com fricção e secagem completa.  

Tabela prática: componente, função e cuidado 

Componente Função principal Cuidado rápido entre pacientes Manutenção/atenção 
Diafragma/campânula Captação de sons (altas/baixas) Limpar com álcool 70% e deixar secar Trocar diafragma/anel quando gasto; não imergir.  
Olivas Vedação e conforto Limpar/desinfetar; substituir se folgadas Firmar encaixe; usar tamanho adequado.  
Binaurais/mola Condução do som/ajuste Passar pano com álcool 70% Ajustar tensão (abrir/fechar) conforme conforto.  
Tubo Condução do som Limpar com pano macio + álcool 70% Evitar calor/solventes; guardar sem dobras.  

POP e biossegurança no serviço   

  1. Classificação e frequência: registre no POP que estetoscópios são não críticos; desinfecção de baixo nível após cada paciente (quando compartilhado) ou rotina diária quando dedicado.  
  1. Produto de limpeza: padronize álcool 70% (ou equivalente aprovado) e lenços para ponto de cuidado.  
  1. Indicadores: taxa de aderência à limpeza entre atendimentos; auditorias rápidas de condição física (tubos/olivas). 
  1. Precauções de contato: preferir estetoscópio dedicado ao paciente e limpeza reforçada.  
  1. Treinamento: capacite sobre o que não fazer (imersão, autoclave, calor, solventes) e como desmontar/recolocar diafragma/olivas.  

Problemas comuns e como resolver 

  • Som abafado: verifique vedação das olivas, fissuras nos tubos e assentamento do diafragma
  • Desconforto na orelha: ajuste a tensão da mola (abra para diminuir; feche para aumentar) e o tamanho das olivas.  
  • Ressecamento/rachaduras no tubo: revise armazenamento (calor/solventes), higiene e tempo de uso; considere troca do tubo quando disponível.  

Com apoio da UC 

Para manter a ausculta precisa e segura, a Utilidades Clínicas oferece estetoscópios para diferentes especialidades e perfis (clínico geral, cardiologia, enfermagem, pediatria), além de acessórios (olivas, diafragmas e anéis de reposição).

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Conclusão 

A boa ausculta começa muito antes do paciente entrar na sala: passa por equipamento íntegro, vedação adequada, peças em bom estado e limpeza entre atendimentos.

Ao tratar o estetoscópio como produto não crítico que exige desinfecção de baixo nível e seguir as boas práticas do fabricante, clínicas e profissionais protegem o paciente, a equipe e a própria qualidade diagnóstica.

Fontes consultadas

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